Noite II
Noite II
Noite II
Muito antes de surgir o primeiro blog, em 1997-98 surgia a revista eletrônica criada pelo grupo de inter – in – menção poética Dragões do Paraíso. Em homenagem a aqueles intrépidos surfistas da rede, que se deleitavam com a revolucionária capacidade de comunicação que a Internet lhes proporcionava, decidi subir em uma sessão do Poetizando uma versão reduzida do Aldeiaglobal. Tenho planos de subir todas as versões, para que se possa acompanhar a sensibilidade ciberpoética daqueles que eram responsáveis pelos conteúdos do site: Renato Negrão, como principal responsável da parte escrita do site e Daniel Costa, este que os escreve, corresponsável da parte escrita e principal responsável da parte visual.
Para mim o Aldeiaglobal foi uma aventura incrível, através da qual eu pude aprofundar nas possibilidades semióticas da rede de redes e ver como o papel começava a bater suas asas…
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é possível que eu tenha perdido o meu próprio aniversário. Creio que tudo começou quando eu troquei o lápiz pelas teclas. Fico zumbado ouvindo o ruído das teclas e me esqueço do resultado que elas fazem nas palavras. Pode ser que eu tenha engasgado em silencios alheios. Simplesmente me vi obsecado, como quem olha seios correndo. Ou entao quando busco razao só encontro a mim mesmo. E nesse segredo sem dedo, nego a vértebra e travo conhecimento com o medo. Ou em vez de ficar circulando o infortúneo, eu consigo comigo um pedaço descanso e de sombra. Apelada. Na relva. Entre uma lua imaginada e um beijo gelado noturno. Ninguém me pedindo permissao e eu dando voto contínuo. Acenando e tudo. Viagem essa de haver e renda.
Ordem desmerecendo confusão
fases abruptas de frases ignotas
individualizando a rebeldia
de um emaranhado de cafajestes
desmemoriados em seus requintes
mais aloucados em seus disquetes
é momento de arrumar as gavetas
e separar as flores do jardim
de colocar nas brisas o meio
que irá solidificar o fim
não deixar pra amanhã
o que se pode fazer hoje
e aloirar as encostas do sol
antes que fagulhas da esperança
se tornem pó
lágrimas nunca molham o arco-íris
simplesmente colorem a água
trazendo resquícios de cor para chuva
e acalmando as tempestades
ordem desmerecendo bagunça
ouça o que os meninos dizem
que no colo do jovem calmo
nunca haverá cólicas de maldade
mas sabedoria e maturidade
em órbitas cintilantes