Vou contar os dedos das mãos
como quem desfolha seus quilates
forjando seus anéis incrustados
procuro remover com álcool os desgastes
que tingem a mente de preocupação
vou dourar a ouro minha alquimia
que é destilar segredos ilusórios
vou remover as pestes públicas
pra não andar na multidão
sonhando acordado
vou bocejar vagarosamente
e flambar as labaredas da visão
olhar com doçura meus critérios
meus créditos de devoção
assim pretendo desposar maciez infindável
e não cair no peso das armadilhas
que criam embalagens frágeis
vou abrandar o teor cético
das minhas peripécias divinas
falar em tom raquítico
que pretendo lapidar minha estrutura
minha cartilagem óssea
tem motivos de sobra
pra não se assombrar com corpos
que aglutinam lamentações