Derradeiras crises existenciais
começam a me causar introspecções
e introvertido não consigo me localizar
por isso dou um salto instantâneo
e mudo de figura alegrando meu semblante
no cume das minhas vísceras
faço questão de alcançar o topo dos trevos
e realçar a sorte que tanto me afortunou um dia
cordas se afrouxam no meu colo
e entro com os ventres à flor da pele
renascendo das cinzas e sentido as rosas
deslizarem suavemente pelo meu braço
a cotovia canta enquanto as luzes do meu solo
regem a penumbra para que ela se torne lua
e as portas do meu lustre individual abrem
e fazem a felicidade dourar e durar
começo a dirigir sobre veículos que sorriem
e sabem a hora oportuna de estacionar
nenhum carro em transição me aprisionará
se um retirante do transito me para
eu grito e afasto esse tédio eminente
não quero as crises a me rondar no asfalto
pisar no acelerador da pressa e não pensar
isso me conduzirá ao fracasso
quero sentir o aroma viril das frases de impacto
sentir as crases me acentuarem de fato
me assentar nas bases e comprovar os atos
como prova eu tiro retratos
e averiguo cada cacto sensato
para que eu não me comprometa com espinhos
e sinta sim o frescor concreto dos cravos
e me delicie como lebres da fertilidade
buscando a fortuna e a liberdade