Trafego em zonas restritas
e meu âmago atropela enfadonhos
que se cansam de atravessar estradas
dobro esquina como quem amassa papel
e não se importa com as vias
simplesmente se enxota
quando dá sinal de repudia
e evita qualquer atmosfera
da mais bela e condizente
ao mais lindo continente
se me expulsam dos trópicos
tento criar expectativas
que não atrofiem termômetros
que deixem o suor escorrer com facilidade
e que permitam a sensibilidade suavizar o inimigo
como arranjos de pétalas no limbo
sem se importarem com a direção
se os lírios desabrocharam na estação
ou se petúnias calaram odores perturbadores
nas lacunas de meus ouvidos
tento escutar o perfume dos lábios
a voz doce de uma rápida amnésia
com o extinto de esquecer os temores
e lembrar das mais trepidas emoções
dirijo meus pensamentos em alvuras coletivas
repudiando blasfêmias e tolices
e coletando cálices de barítonos
pra que um dia eles cantem suavemente
e façam remoer amores em meus tímpanos
e assim eu ouça os meus gritos
acolhedores nas réplicas dos calouros
que levarão carvões a grandeza dos diamantes
para que mais tarde possam extrair de suas lições
aprendizes de professores